terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Perdeu o encanto enfeitar a casa todos os Natais. Fitas coloridas e brilhantes espalhadas pelos corredores, salões e recantos; a enorme e típica árvore pronta para receber os presentes de cada um numa montanha colorida e ansiosamente esperada; as luzes ligadas durante dias a fio; o barulho do fogão na cozinha e os risos espalhados pelo espaço inteiro – sem excepção; os abraços de saudade quando se avista o carro da Família ao fim da rua; o ladrar entusiasmante dos cães com toda essa agitação invulgar. Tudo isso se perdeu.
As filhoses perderam o sabor doce e quente, e os sonhos – tal e qual aqueles que fazias todas as vésperas de natal, só para mim – morreram na memória cá de casa. Já não há Natal – não como antes. Não tenho ninguém a quem fazer cócegas até adormecer, ninguém junta a Família no salão grande e faz dele o melhor lugar do Mundo.
Há um lugar vazio na mesa e no coração de cada um de nós.
Não me peçam para gostar do Natal. O Natal era o Meu Avô de braços abertos e a Alegria a entrar porta adentro sem ser sequer convidada. O Meu Avô morreu – e o Natal também.

Para a Fia, grande beijinho :)

6 comentários:

fiazovsky disse...

adoro, ines! dos teus melhores textos, mexeu aqui com qualquer coisa.

força :] beijinho! *

Maria Camila disse...

sei o que isso é e o que custa. *

Cris disse...

Sei bem o que isso é. Ao perder-se alguêm com quem passávamos o Natal, perde-se também esse dia.
Gostei do texto *

Cris disse...

Sei bem o que isso é. Ao perder-se alguêm com quem passávamos o Natal, perde-se também esse dia.
Gostei do texto *

Cris disse...

Sei bem o que isso é. Ao perder-se alguêm com quem passávamos o Natal, perde-se também esse dia.
Gostei do texto *

ana maria disse...

Sei o que custa, mas la em casa o natal serve como uma homenagem.
adorei :)