sexta-feira, 25 de junho de 2010


 A glória intimida a minha serenidade de uma forma rude e ingénua. Como se fosse prevenida para receber de braços abertos a importância que me devem e que insisto em dedicar ao meu centro de mesa. O que é que eu ando a fazer com a minha vida? Malabarista de circo, artista de cinema, romancista aparvalhada, dramática perfeita, infeliz eterna. O que é que eu ando a fazer com a minha vida? Ando a desprezar as horas entre as ruas da capital, fugida ao terror medonho de me enlaçar ao teu cadáver colossal. O que é que eu ando a fazer? Ah!, Meu Querido, ando à procura da vida que arruinei no cume da tua morada, entre beijos e papas de leite, enquanto a cama chamava por nós e nos abrigava horas a fio…

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