quinta-feira, 10 de junho de 2010


Já viste, meu amor? Todos os dias me apaixono.
Pelas ruas que atravesso até ao cais onde me acolhes, pronto de vontade e razão para me oferecer; pela calçada que nos cala os passos musicais que continuamos a esconder dos cigarros à janela; das escadas que nos segredam a perdição de outros corpos e nos conduzem até ao leito quente de todas as noites. Já pensaste em avariar o elevador? Ele é tão subtil que enjoa, tão simples que aborrece. Sobe e desce, e isso sabemos nós de cor. Vamos à volta, subir degrau a degrau – algum dia chegaremos ao topo. Até lá continuo a apaixonar-me pelas tuas curvas deitadas à minha espera, enquanto a luz se apaga e o sonho começa.
Continua a dormir, eu vou voltar a deitar-me ao teu lado para me apaixonar pelo desenho dos nossos corpos. Até Já. 29 Maio 2010


Eu continuo a subir. Degrau a degrau ou de elevador, seja lá como for, hei-de chegar ao topo e gritar que não perdi nada do que algum dia me pertenceu.

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