domingo, 4 de julho de 2010



Perdoa-me, se algum dia cogitei a tua morte aprontada de sangue e perdição, mas o pavor de que me reconhecesses fraca a impostora foi sempre superior ao medo de te destruir.
Carrego-te no fundo da mala rota, com a esperança efémera e ingénua de poder resistir ao teu corpo suado, nas entranhas da prostração que nunca arquitectei, para me perder numa qualquer noite suja de primavera; para gritar e ecoar as súplicas que me avassalam o espírito, para beber a tua seiva e exclamar, apedrejando o leito que nos acolhe o prazer, que o sossego que te imploro são diamantes perdidos no limite do desejo.

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