quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Adivinho todas as noites as tuas mãos escorregarias a penetrarem com a chave o encaixe perfeito e milagroso, o morder o lábio – como se de magia se tratasse o silencio que imaginas -, o tacto débil desvendando a parede rugosa e sangrenta, suada do meu corpo; sei-te a ansiedade incerta espinha acima e o soalho a ranger do teu peso de boi, a pedir-te que fiques em gemidos malévolos. Decoro-te no caminho árduo do corredor colossal, o terror a consumir-te cruzando o enorme arco aterrador, e finalmente o suspiro aliviado da porta onde te acolho. Entra amor, estava à tua espera.

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