Já não sei escrever sobre ti, do teu poder sobre mim, da forma pavorosa com que me tocas sem eu te sentir, como me moldas ao compasso da tua respiração e eu me perco nas batidas do teu músculo cardíaco. És deliciosamente misterioso, na tua ternura desmedida e no teu apego colossal, quando me agarras e sufocas, quando entras dentro de mim e as horas de afogam dentro de nós.
Já não sei falar de ti, quando te moldas às curvas do meu corpo e te deitas sobre o meu peito dorido de prazer, ansioso. Quando derramas o teu peso sobre a minha fragilidade e acordas o cronómetro que te atormenta os desejos, num compasso estritamente calculado e preciso.
Já não sei pensar em ti, se tu és Isto. Isto, e muito mais, que me alimenta a vontade fogosa de viver e me dissolve as melancolias. Isto. Tudo.
Já não sei viver sem ti, se Tu és este Todo que me desperta as madrugadas e me adormece nos braços.
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