terça-feira, 13 de abril de 2010

O meu corpo ainda sua do teu amor perdido nesta cama imunda, estendida desajeitadamente como um morto abandonado à sua própria desgraça. Pateticamente colorida e quente, leito acolhedor, como se assim fosse a história de alguém que pelas tuas sujas unhas tenha passado.
Tu pareces um monstro, um devorador de almas, alento e força; uma assombração. Nem sei como alguma vez me apaixonei por ti; de olhos cansados e vazios, mãos calejadas de podridão, corpo suado e sujo de outros corpos; um enorme e negro fosso no peito e a dignidade reles de bombardear alguém quando tens telhados de vidro.
Sou um corpo morto entregue à tua desgraça. É tão saboroso o calor do Inferno, meu querido. Entregue à nossa própria desgraça inútil e ridícula, graças seja a quem for.

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